Teatro acessível nas comunidades do Rio

Por: Grégory Damaso

Teatro acessível

Entre os dias 30 de Agosto e 13 de Setembro, cinco favelas do Rio de Janeiro terão a oportunidade de assistir à peça Ninguém Mais Vai Ser Bonzinho – Em Esquetes. O espetáculo, que conta com intérprete de Libras, legenda eletrônica, audiodescrição, atendimento prioritário a pessoas com deficiência e reserva de assentos para indivíduos com deficiência física, será apresentado para os moradores da Favela do Fumacê, Caçapava, Cidade de Deus, Complexo do Alemão e Caju.

A peça é encenada pelo grupo Os Inclusos e Os Sisos e faz parte do projeto de arte e transformação social Escola da Gente, que tem como objetivo promover uma maior participação de pessoas com deficiência em eventos culturais. Além das apresentações, que são gratuitas, o público também poderá participar de Oficinas de Teatro Acessível.

A passagem do grupo pelas favelas ocorre uma semana antes da primeira celebração do Dia do Teatro Acessível, 19 de Setembro. A data é um desdobramento da campanha Teatro acessível: arte, prazer e direitos, criada pela Escola da Gente em 2011.

A importância da audiodescrição na sala de aula


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Por: Bruna Chaves e Thalita Bianchini

A audiodescrição começa a engatinhar no Brasil. Mesmo com o decreto da obrigatoriedade de, no mínimo, duas horas semanais de conteúdo audiodescrito nas emissoras de sinal aberto, a medida ainda não é o bastante para a real inclusão dos deficientes visuais à sociedade. Apesar de a programação televisiva auxiliar no crescimento da acessibilidade, não podemos esquecer que há outro lugar onde esse recurso é ainda mais importante e essencial para o desenvolvimento do ser humano: o ambiente escolar.

Nas salas de aula, essa ferramenta, que facilitaria o aprendizado de deficientes visuais, é extremamente necessária, porém pouco usual. O audiodescritor da empresa Tagarellas Audiodescrição, Felipe Mianes, em entrevista ao portal Terra, afirmou que : “A audiodescrição é muito importante no processo de educação do aluno e não há esta formação nas grades curriculares das graduações de licenciatura”. Portanto, o profissional interessado em trabalhar na área teria que procurar cursos de extensão para se especializar no tema. A escassez desses profissionais limita a produção de materiais audiodescritos e contribui para o encarecimento desses serviços, fazendo com os investimentos na área sejam insuficientes.

É preciso voltar os olhares para a produção de materiais pedagógicos para crianças e adolescentes portadores de deficiência visual em idade escolar. Com a ajuda da tecnologia, as ilustrações dos livros, os gráficos, mapas, fotografias e desenhos podem ser narrados, ajudando a expandir o conhecimento dos alunos. Isso proporciona uma maior integração do aluno com deficiência visual dentro da sala de aula e dá fluência ao ritmo escolar, igualando o nível de todos os alunos, portadores e não portadores de deficiência. É o que diz a doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, Lívia Maria Villela de Mello Motta: “O uso da audiodescrição na escola permite a equiparação de oportunidades, o acesso ao mundo das imagens e a eliminação de barreiras comunicacionais.” Ela atua na área de formação de professores, com foco na formação de audiodescritores.

Informações complementares:

Relato de alunos com deficiência visual que visitaram um zoológico e descobriram, por meio do tato, a beleza da natureza:

– Agência Brasil

Site de audiodescrição criado por Graciela e Lara Pozzobon:

– http://audiodescricao.com.br/ad/

Entrevista de Graciela Pozzobon no Programa do Jô: